domingo, 26 de agosto de 2012 | By: Rodrigo Pael

Operador de GC e a definição da linha editorial


Ao assistir aos boletins noticiosos da GloboNews neste sábado, fiquei atento a um determinado gerador de caracteres (GC), que dava título à uma matéria: “Polícia vai investigar irregularidades em obras do PAC”. Porém, o que eu assistia no VT se apresentava em minha televisão como outra coisa.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi o carro chefe do segundo mandato do Governo Lula e ajudou a eleger a sua sucessora. Dilma Roussef, dentre outras características, se destacou na gerência do PAC e foi eleita presidenta em 2010. O Programa tem como foco investimentos em infraestrutura e é dividido em áreas temáticas e etapas.

Na atualidade, estamos vivenciando os resultados da segunda etapa do PAC, em áreas como estradas, máquinas, construção de creches, praças de lazer, saneamento básico e moradias. Este último item corresponde a uma promessa de campanha e recebe o nome de Minha Casa, Minha Vida.

Neste momento, não estou fazendo propaganda política e nem defesa de nada, apenas explicando, com informações institucionais, o que é o PAC.

A matéria telejornalística que me referia no começo deste texto retratava casos onde moradores de casas populares do Rio de Janeiro – construídas com recursos do subprograma Minha Casa, Minha Vida, pertencente ao PAC – estavam vendendo ou alugando suas moradias, antes do prazo estabelecido de quatro anos.

Na minha cabeça, milhares de frases substituiriam aquele GC infeliz. Frases mais honestas, mas corretas jornalisticamente. O GC faz parte da matéria e do jornalismo. Neste caso, ou demonstrou um equívoco profundo, ou uma linha editorial parcial, com objetivos escusos. Será que o operador de GC foi punido?

As grosseiras edições nos debates das eleições de 1989 agora migram, sorrateiramente, de forma envergonhada e covarde para as linhas dos GC’s do canal de TV por assinatura de notícias do Grupo Globo. Aparentes pequenos erros como este, mais que um indício de tendência político eleitoral, fere o jornalismo, descredencia a comunicação, aranha a credibilidade e evidencia lacunas na democracia. 

1 comentários:

Anônimo disse...

Lamentável.

Sabrina Duarte

Postar um comentário