sábado, 27 de novembro de 2010 | By: Rodrigo Pael

Como sair de uma crise emocional?

As vezes aprendo mais por meio da observação, que por meios científicos...
Os seres humanos mais equilibrados que já conheci, por um motivo, ou por outro, de amor a problemas financeiros, já passaram por crises que quase beiraram ao desequilíbrio. Analisando essas pessoas, além de uma auto investigação ao longo dos meus 27 anos, sistematizei uma forma básica para passar por alguns momentos de dor, de forma um pouco mais saudável. Tendo compartilhado esta minha opinião com vários amigos e amigas, resolvi registrar e divulgar neste blog os pilares que sustentam esta dica.
Por vezes me sinto meio preguiçoso, logo, para me manter ético e conseguir transpor situações que demandam maior preocupação, estabeleço regrinhas simples e tento cumpri-las, e foi o que aconteceu com as dicas que passo a descrever agora.
Acredito que para enfrentar fatos chocantes ao nosso emocional temos que percorrer três passos: sinceridade consigo; sinceridade com os outros; equilíbrio espiritual.
Parece simples, mas não é. Assumir para si mesmo que não está bem, enfrentar de frente limitações, fazer ouvidos moucos ao seu ego, ao seu orgulho, adentrar as profundezas da sua garagem interior, aquela, empoeirada e mofada, desorganizada e suja onde estão guardados os seus segredos, pensamentos ruins, infernos, tudo aquilo que você não gostaria de contar para ninguém, realmente não é um exercício fácil, mas quando se enfrenta crises, é necessário admitir a verdade: 'não estou bem', este é o primeiro passo. Ufa!
Racionalmente então, olhando no espelho, você está consciente, sou um ser humano normal, tenho limitações e assim provo minha humanidade, por isso passo por problemas como todos. O diferente é que assumi isso. O segundo passo é, efetivamente pedir ajuda, sinceridade para com os outros, amigos, família, aqueles que você tem certeza que te amam, aqueles que estarão do seu lado, te cercando de amor e carinho. Certamente, na companhia dessas pessoas, tudo ficará mais fácil.
O terceiro e último passo (lembrando que depois deste o próximo é a total superação da crise emocional), é o equilíbrio espiritual. Por muitas vezes baseamos nossa auto estima no equilíbrio financeiro, profissional, mas às vezes a conjuntura política faz com que passemos por dificuldades, mesmo assim continuamos equilibrados emocionalmente e psicologicamente, mas pode acontecer algo que abale esta estrutura. Quando tudo isso acontece, temos a impressão de que não há mais em que se apoiar, aí está o engano, seja por qual forma você organiza a sua fé, por meio de religiões ou não, todos temos um lado místico, o equilíbrio espiritual, que nos mantém leves.
Para manter tal equilíbrio é fundamental um contato com a nossa divindade sobrenatural, para a maioria dos possíveis leitores deste texto seria um diálogo com Deus, uma intensa e continua, durante todo o dia, conversa com Deus, buscando dentro de si um encontro com a espiritualidade e com a leveza da existência.
Acredito firmemente que, com essas singelas dicas, posso colaborar com alguém em estado de dor, a passar por alguma dificuldade de maneira mais segura e bem apoiada, até a próxima.

sábado, 20 de novembro de 2010 | By: Rodrigo Pael

A República da Decoreba

O Brasil está virando uma verdadeira República da Decoreba. A primeira pessoa que vi evidenciar os malefícios da multiplicação dos concursos públicos no País foi o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, não que o carioca deva ser citado sempre, pelo contrário, mas esta particular análise procede.
Há algumas semanas fui para Campo Grande (MS) e lá recebi um telefonema de um grande amigo, que hoje mora em Porto Alegre (RS), discutimos sobre a busca pela estabilidade financeira proporcionada pelo funcionalismo estatal, foi neste momento que fui lembrado da observação de Jefferson.
Acredito que a ampliação de concursos responde a uma demanda programática e idearia do atual governo, aumentar o tamanho do estado e capilarizar as ações públicas, regularizando o trabalho de funcionários do estado e aproximando os direitos à serviços, daqueles que mais necessitam. Sou partidário desta intenção, mas acredito que algumas ressalvas devem ser feitas.
Em nível nacional, diversos talentos não serão descobertos, ou não produzirão o que poderiam para o país porque escolheram buscar a estabilidade do concurso. Muitas intelectualidades podem, neste momento, estarem condenando, a si próprios, à funções técnicas que não os estimularão em suas potencialidades, mesmo essas funções sendo de fundamental importância.
Imagino que gênios da matemática podem estar agora, a disposição da manutenção de computadores em repartições públicas, que possíveis doutrinadores da ética podem estar analisando processos intermináveis e burocráticos e ainda, biólogos revolucionários podem estar a caminho da fiscalização de parques ambientais.
Na mesma lógica, está sendo criada uma elite dos concursados, que adquirem maior importância social por meio do acumulo de informações, por vezes, por meio da decoreba. Esta casta acaba também sendo imponderada a realizar tarefas que os concursos não a preparou.
Ouvi esses dias um desabafo de uma servidora em cargo comissionado do PNUD - Programa das Nações Unidas – que prestava serviço para o Inep, órgão do Ministério da Educação, responsável, dentre outras tarefas, para a formulação do ENEM, o exame do ensino médio. A funcionária, que não quis se identificar, relatou que em 2009, quando assumiram os concursados na instituição, ela e seus colegas comissionados, se colocaram a disposição dos recém chegados para passar experiências, ninguém se prontificou, e desde então, o ENEM vem apresentando falhas.
A intenção aqui não é imputar culpas, mas sim demonstrar que a prova de concurso não garante eficiência, que a estabilidade não garante realização e que você, talvez tenha um papel muito maior a prestar.