sábado, 5 de março de 2011 | By: Rodrigo Pael

Do dente de ouro do próprio Deus à verba indenizatória

O meu melhor amigo é um jovem pastor batista, um teólogo inteligentíssimo que domina o assunto. Mesmo sendo católico apostólico romano praticante, sempre que tenho alguma dúvida religiosa, recorro ao Pr. Ludyney Claudino Moura para que, por meio de uma contextualização histórica, minhas inquietações sejam dirimidas.
No começo de nossa amizade, fiquei impressionado com uma história que corria nas redondezas do meu bairro, ‘um líder religioso que, de tão intimamente ligado a Deus, fazia nascer miraculosamente dentes de ouro na boca de fiéis que o seguiam’. Depois de convencido pelos relatos e pela veracidade dos acontecimentos – mesmo sem ter presenciado um caso – relatei o fato ao meu amigo pastor.
Ludyney ouviu pacientemente a história, e como um sacerdote experiente objetou: “mesmo que seja verdade, o que isto prova?”com esta indagação percebi a força de um discurso vazio. Sem significado prático mesmo no campo do místico, fui apresentado a bravata, foi conduzido a refletir sobre a falta de significado de um dente de ouro.
A mídia começou cobrindo os trabalhos legislativos impressionada com um dente de ouro. Com um discurso tão fácil como o do líder religioso que faz milagres sem substância Neste mês, parlamentares chamaram a atenção por não nomearem assessores, devolvendo a verba indenizatória e pregando uma falsa economia do erário público.
Eu, na juventude, impressionado com os milagres de um suposto ‘profeta’ é compreensível, mas a mídia encantada com essa vazieis retórica não tem nada de ingenuidade, mas sim uma ideologia liberal, falida e burra. O impacto desta política de um mandato minimalista é incrivelmente irrelevante e não colabora em nada com coisa nenhuma.
Caso todo o Governo Federal, os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) abrissem mão de todos os seus cargos comissionados faríamos uma economia de menos de 1% de tudo que o país arrecada, ou seja, irrelevante frente as atividades políticas de fundamental importância para a vida republicana e para a máquina administrativa.
No que tange as contratações de deputados e senadores e as verbas indenizatórias, um parlamentar que abre mão desses recursos terá seus trabalhos limitados e seus eleitores frustrados. No começo do ano que vem será possível avaliar o desempenho dos ‘arautos da ética’ e dos outros parlamentares. No endereço eletrônico da Câmara e em outros organismos de fiscalização terão dados tabulados que demonstram, em números, qual foi o desempenho do político eleito.
É possível quantificar quantos pronunciamentos seu parlamentar proferiu, quais bandeiras ele defendeu, quantos projetos de lei foram apresentados e quantos foram aprovados, de quantas comissões e frentes parlamentares o deputado ou senador faz parte e qual é a atuação deles nestes grupos suprapartidários.
É possível, por meio deste levantamento, verificar quanto em recursos foram destinados para os municípios, estados e Distrito Federal, e desses valores quantas creches, escolas, postos de saúde, praças, parques, hospitais, estradas, se tornaram realidade pela gestão política deste parlamentar.
Isso sim é verdade, melhora a qualidade de vida da população e é palpável, já a propaganda do trabalho simplista e franciscano de políticos apenas serve de discurso vazio para a reeleição, mais nada, algo tão importante quanto um dente de ouro.

3 comentários:

Pr_Ludyney_Olson disse...

Meu grande e melhor amigo!
Sou seu fã! e não é à toa!
te desejar sucesso é redundância...
é como desejar melodia ao Oswaldo Montenegro...ou habilidade ao Pelé!
Seja feliz e faça seu povo feliz!

Do seu irmão...

Gabii Rachid. disse...

Agora entendo porque pediu que lêssemos teu texto quando questionado a respeito de um certo parlamentar. Agora tudo faz sentido! rs Abraço!

Demócrito disse...

Muito eloqüente e explicativo o seu texto, Pael! Serviria certamente para uns e outros políticos como cartilha de boa cidadania, não acha? Parabéns pelo trabalho muito bem realizado! Abs

Postar um comentário