O profissional de marketing tem que saber que cada veículo tem uma linguagem específica e replicar um formato que deu certo em um outro canal, pode significar um erro grave.
O rádio é um dos veículos mais persuasivos que existe. Ele entra direto na mente do ouvinte e constrói ambientes sonoros, edificando, com o inconsciente do indivíduo, imagens alicerçadas com o repertório pessoal. Ou seja, uma arma poderosa.
Outra característica do rádio é que ele é sempre nossa segunda atividade. Estamos dirigindo e ouvindo rádio, estudando e ouvindo rádio, lavando o banheiro e ... Reclamando (porque lavar o banheiro é a coisa mais triste que a pessoa pode fazer - brincadeira).
Cerca de 75% das pessoas escuta rádio todos os dias. Temos diversos tipos de emissoras no Brasil: rádios ecléticas, pops, clássicas, religiosas, organizacionais, de trânsito e news.
Sabendo disso, os profissionais de marketing de grandes empresas deveriam investir com mais carinho na publicidade em rádio. Não é o que pensa algumas agências.
Na campanha eleitoral do ano passado, a candidata a deputada distrital Leila do Vôlei apenas replicava sua propaganda da TV no rádio. Na TV, aparecia o número da candidata nos geradores de caracteres (CG), mas no rádio, como eram transmitidos apenas a voz e o jingle da candidata, o eleitor que quisesse votar nela não conseguiria, pois, não saberia seu número.
Semana passada, ouvi a propaganda da Ultrafarma e foi uma aula do que não fazer. A propaganda trazia uma história entre uma velhinha, sua neta e o vendedor da drogaria. Um enredo complexo, com personagens caricatos, mas o que mais chamou a atenção negativamente foi a linguagem.
O vendedor caracterizava os remédios pelas cores, enquanto a neta chamava atenção da vó com frases como: "veja isso"; "olhe aquilo". Frases que, inegavelmente, não significam nada ao ouvinte sem estímulos visuais.
Até as grandes agências erram e, na atualidade, quem mais sofre são os ouvintes...
3 comentários:
Muito certo. Já percebi ditos erros.
Muito certo. Já percebi ditos erros.
Estou pensando seriamente em seguir carreira em rádio, assim que me formar. Me fascinei com o carinho em que a Magaly Prado fala sobre as rádios e as técnicas a serem empregadas, em seu livro Produção de Rádio.
Mas há algo que me deixa preocupada, você acha que as rádios podem perder para as mídias digitais no futuro?
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