Pensar grande sempre foi preponderante na evolução humana. Prova disso são dois dos aspectos mais importantes para a evolução cognitiva do homem ancestral, no que tange a construção de instrumentos: a articulação e o pensar em algo maior. As características que nos diferem, em termos de evolução, dos outros animais, foram às habilidades em articular dois ou mais corpos para fomentar um instrumento e a produção de instrumentos maiores que os corpos iniciais.
Vários animais produzem instrumentos. Alguns produzem muito mais do que isso, edificam uma cultura complexa com estruturas políticas e momentos quase ritualísticos. Porém, uma característica permeia a produção de instrumento pelos outros animais não humanos: a não articulação de dois corpos e a diminuição espacial do corpo inicial. Ou seja, quando um macaco quer construir um objeto para pegar cupins, ele destaca um pequeno galho, retira as folhas, lambe, e introduz no habitat do cupim. Deste modo, um corpo se tornou um objeto e, do corpo inicial – galho com folhas –, se formou um objeto menor – um catador de cupins.
Outro exemplo de instrumento produzido por animais que mantêm as características citadas é quando o macaco pega uma pedra e utiliza para quebrar uma castanha e comer. A pedra se transformou em um quebrador de castanha, sem muita complexidade.
Já o ser humano não. Em um determinado momento de sua pré-história, ele começou a articular dois ou mais corpos para produzir instrumentos: uma estaca e uma pedra, amarradas com uma tira de couro tornaram-se machadinhas e assim por diante. Além de ser um marco na evolução humana, também pontuou um dos itens que enumerei como principais nesta evolução.
Agora, o mágico é se prestarmos a atenção no segundo item que evidenciei: pensar grande. A segunda diferença de nossos instrumentos para os dos outros animais é que os nossos podem ser maiores que o corpo inicial. Deste modo, um paradigmático momento da evolução humana foi quando o homem se deu conta que ele pode transformar aquilo que está em suas mãos, e transformar em algo muito maior.
Não sei se esta evolução ocorreu da consciência de suas virtudes ou pela negligência de suas limitações, apenas sei que os registros pesquisados demonstram que os nossos ancestrais perceberam a possibilidade de mudar as condições contidas em suas mãos e produzir algo nunca antes imaginado.
É possível perceber que as pessoas, na atualidade, que cresceram profissionalmente ou montaram seus negócios, mesmo tendo uma origem humilde e condições aparentemente adversas, conservam essas características ancestrais: a articulação de suas habilidades e o pensar grande, pensar em algo maior, algo diferente do que elas possuíam em determinado momento de suas histórias.
Acredito que aqueles que querem transformar as suas vidas devem ao invés de abrir os olhos para enxergar suas condições, fechar os olhos e sonhar com o inimaginável, deixar a imaginação fluir e construir o novo.
1 comentários:
Quem se dispõe a acompanhar o enredo de seu pensamento na leitura deste texto é surpreendido com um maravilhoso presente. O que parecia uma exposição científica é arrematado com a deliciosa constatação: “Aqueles que querem transformar as suas vidas devem ao invés de abril os olhos para enxergar suas condições, fechar os olhos e sonhar com o inimaginável, deixar a imaginação fluir e construir o novo”.
Como você expôs, temos a capacidade de articularmos objetos. Mas não podemos esquecer que nossa capacidade vai muito além. Temos a habilidade de nos reinventarmos e de moldarmos nosso futuro, baseados em sonhos, projetos e esforços para alcançar o quase inatingível.
Seja com a “consciência de nossas virtudes” ou “negligência de nossas limitações”, devemos crescer e realizar coisas grandes, maior até do que o projeto inicial.
Não me deixe esquecer isso... Não nos deixe esquecermos essa e outras verdades que você, em meio ao seu corrido dia, para, pensa e expõe.
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