“Você vai para frente por ter para onde voltar”, dizia o meu grande amigo Ludyney Claudino Moura, ao ficar sabendo que estava de malas prontas para Brasília, no ano de 2009. Meu amigo pastor não estava errado. Com muita luta e sacrifício, meus pais construíram um estruturado lar. Por vezes, acredito que eles construíram seus patrimônios não por eles, mas sim por nós, eu e meu irmão. Porém, tudo o que podiam já nos deram e agora é construir o nosso estofo para os nossos futuros filhos.
Mas não é apenas o conforto de poder regredir que nos faz alçar novos voos. Às vezes, é justamente não ter para onde voltar e esses são os verdadeiros guerreiros, e é sobre esses que quero falar hoje. Não vou citar nomes para não expor ninguém, mas eles se reconhecerão em minhas palavras.
Minha vinda para Brasília me ensinou muitas coisas, mas os encontros mais impactantes e até mesmo apaixonantes foram com esses verdadeiros guerreiros. Eles vieram para o Distrito Federal de vários lugares: do Nordeste, de Minas Gerais, de Mato Grosso do Sul, dentre outros. Vieram porque algo tinha que ser feito, vieram porque era isso ou nada, vieram para aprender, para trabalhar, para mudar e o fizeram.
Alguns deles fecharam os olhos e os ouvidos para as limitações. Estudaram 15 horas por dia, abriram seus negócios, trabalharam feito loucos, têm o orgulho de seus irmãos, hoje, estudarem na Europa, sustentam suas famílias, venceram e ainda apenas estão no começo de suas vidas.
O que esses jovens, de 20 a 25 anos, têm de diferente é não ter como voltar. É não ter retrovisor, mas sim faróis. Mas a história deles não para por aqui. O futuro deles é muito maior que o passado. Caso parem para avaliar até onde chegaram, vão redobrar as suas forças para alcançar o topo da montanha. Este aprendizado é a vida.
Neste texto, agradeço a Deus a oportunidade de observar vocês de perto – uns mais de perto que outros –, sempre com o aprendizado de seguir em frente, ultrapassar obstáculos, pular os muros das limitações, aprender aquilo que ainda não sei e acreditava nunca conseguir aprender.
Por vê-los chorar, querendo ajudar mais os seus, é que os abraço, tento acalmá-los, lembrando os quem são e aonde vão, que são os melhores partidos dentre seus iguais e que já fazem o possível e o impossível por aqueles que amam.
Aqui, faço um convite: olhem-se no espelho e, com um sorriso no canto da boca, perguntem à imagem que aparecer na sua frente até onde você pode chegar.
3 comentários:
Ei Pael...
Muito belo seu texto.
Abs
A vida nos presenteia com aprendizados quando estamos abertos para percebê-los e absorver das experiências vividas as melhores sensações e os máximos crescimentos, em diversas áreas.
No texto, você agradece a Deus por poder acompanhar alguns desses guerreiros de perto. A Ele também agradeço a oportunidade de compartilhar algumas lutas com você. E talvez bom mesmo seja “não ter retrovisor, mas sim faróis”...
Uma belissima homenagem aos lutadores que tem como objetivo a vitória.
Sérgio Pastor
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