Ao assistir aos boletins
noticiosos da GloboNews neste sábado, fiquei atento a um determinado gerador de
caracteres (GC), que dava título à uma matéria: “Polícia vai investigar irregularidades
em obras do PAC”. Porém, o que eu assistia no VT se apresentava em minha
televisão como outra coisa.
O Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) foi o carro chefe do segundo mandato do Governo Lula e ajudou
a eleger a sua sucessora. Dilma Roussef, dentre outras características, se
destacou na gerência do PAC e foi eleita presidenta em 2010. O Programa tem
como foco investimentos em infraestrutura e é dividido em áreas temáticas e
etapas.
Na atualidade, estamos
vivenciando os resultados da segunda etapa do PAC, em áreas como estradas,
máquinas, construção de creches, praças de lazer, saneamento básico e moradias.
Este último item corresponde a uma promessa de campanha e recebe o nome de Minha
Casa, Minha Vida.
Neste momento, não estou
fazendo propaganda política e nem defesa de nada, apenas explicando, com
informações institucionais, o que é o PAC.
A matéria telejornalística
que me referia no começo deste texto retratava casos onde moradores de casas
populares do Rio de Janeiro – construídas com recursos do subprograma Minha
Casa, Minha Vida, pertencente ao PAC – estavam vendendo ou alugando suas
moradias, antes do prazo estabelecido de quatro anos.
Na minha cabeça, milhares de
frases substituiriam aquele GC infeliz. Frases mais honestas, mas corretas jornalisticamente.
O GC faz parte da matéria e do jornalismo. Neste caso, ou demonstrou um
equívoco profundo, ou uma linha editorial parcial, com objetivos escusos. Será
que o operador de GC foi punido?
As grosseiras edições
nos debates das eleições de 1989 agora migram, sorrateiramente, de forma envergonhada
e covarde para as linhas dos GC’s do canal de TV por assinatura de notícias do
Grupo Globo. Aparentes pequenos erros como este, mais que um indício de
tendência político eleitoral, fere o jornalismo, descredencia a comunicação,
aranha a credibilidade e evidencia lacunas na democracia.
1 comentários:
Lamentável.
Sabrina Duarte
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