Sempre me julguei como alguém com uma determinada limitação criativa. Esta aparente humildade em reconhecer uma limitação, na verdade, eclipsava um traço de minha personalidade ensimesmada. Não adotava a habilidade de recursos criativos por não me oportunizar o contato com o novo. A criatividade não é uma produção espontânea.
No universo da blogosfera, se multiplicam os espaços gratuitos que proporcionam a exposição de opiniões e debates, porém, por vezes, as colocações são única e exclusivamente posicionamentos particulares, subjetivos e que não nos remetem a algo novo, conclusivo ou edificante. Por vezes, são apenas reflexos de uma superficial subjetividade.
Para os meus alunos dos cursos de comunicação, incentivo a criação de blogs e perfis em redes sociais. Acredito que o aluno de comunicação, além de estar “linkado” com essas inovações, tem que se expor, analisar o cotidiano e a contemporaneidade. A formação acadêmica em comunicação, mais que técnicas, fornece um aparato de instrumentos para um diagnóstico geral e a obrigação de traçar cenários futuros.
Mesmo incentivando esta exposição, alerto que nada de bom sairá de alguém em que nada de bom entrou, seja por meio da observação, mas principalmente da leitura, ou de cursos, filmes e conversas com pessoas que leem muito, ou seja, do contato com o novo, por meio, necessariamente, de publicações.
A exposição é fundamental, te faz conhecido e pode contribuir com alguém em relação a alguma coisa. Estes exercícios são imprescindíveis para aqueles que se consideram seus próprios negócios e patrimônios – como acontece comigo, por isso sustento meu blog e os meus perfis.
Já no ambiente profissional, por vezes, patrões, chefes e líderes cobram respostas criativas de seus funcionários, quando da oportunidade de gerir uma crise, ou no contato com alguma inovação. Porém, será que esses mesmos mandatários estão possibilitando que seus subalternos tenham contato com o novo, com o diferente?
Para identificar se isto ocorre é simples e alguns questionamentos podem ajudar: quantos e quais livros os seus funcionários leram nos últimos quatro meses? Seus funcionários participaram de algum curso, capacitação, especialização, palestra, congresso, neste período? Para encerrar, o patrão libera e incentiva essas práticas?
Caso a resposta da última pergunta seja não, apenas com muito boa vontade as respostas dos questionamentos anteriores serão animadoras. Se não houver possibilidade de contato com o novo, não haverá respostas criativas, pois a criatividade não nasce do nada e sem um aparato renovado periodicamente de conhecimentos.
3 comentários:
Excelente texto professor. Concordo plenamente com a tua visão.
Sempre com ótimos textos Pael. Curti ;)
Andava mesmo pensando em criar um blog...
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