Um grande amigo do meu irmão e por conseguinte, também meu amigo, estava terminando dois mestrados ao mesmo tempo quando eu morava em São Paulo. O personagem é de uma inteligência espetacular e, em um determinado dia, fomos a um rodízio de comida japonesa, o terceiro melhor da cidade segundo uma revista especializada. A conversa estava boa e entramos em alguns assuntos dos saberes econômicos, área de estudo do prodigioso acadêmico, até que, depois de muito nos explicar, objetou de forma assertiva: “economia está ligada aos efeitos psicológicos”.
Impactante informação para mim, que sempre acreditei na pragmática dos números.
Acabo de me despedir de um outro amigo que está fazendo sua primeira viagem internacional. Há menos de 5 meses, ele apresentava uma situação completamente diferente, trabalhava em um ambiente insalubre e era intensamente assediado moralmente por seu chefe. Mesmo reconhecidamente competente, aquela realidade o fazia muito mal, e aquelas condições tendiam a piorar.
Com dificuldades em outras áreas da sua vida, resolveu mudar, fazer um limpa, ousar e fazer escolhas diferentes. Mesmo com um cenário muito negativo, conseguiu olhar para dentro e identificou a pessoa maravilhosa e cheia de virtudes que residia naquele espaço. Confiando naquilo que viu internamente, teve a epifania de perceber o potencial de suas decisões e a certeza de que, as conseqüências das coisas que acontecem conosco, na grande maioria das vezes, são frutos dessas decisões.
Não suportando mais as injustiças e os acontecimentos de seu trabalho, pediu demissão e em questão de dias estava contratado em um outro lugar, e depois de uma semana já era respeitado por causa de sua cavalar competência. Ao mesmo tempo, outras áreas da vida, por meio exclusivamente de suas escolhas, foram se organizando e se mostrando muito melhores que aquele período anterior.
Convencendo psicologicamente os números de suas finanças, resolveu abrir uma empresa e mediante aos frutos de sua ousadia, e atento aos parâmetros de sua responsabilidade, hoje está tirando uns dias no exterior. Antes de viajar, suas palavras para mim foram “eh 2011 maravilhoso.”
Eu vou além, ‘eh escolhas maravilhosas’, ‘eh características maravilhosas’. Esse meu amigo é um grande exemplo em diversas áreas, mas no quesito de chamar a responsabilidade para si e mudar o próprio destino, apesar da pouca idade, deveria estar dando aula. Expresso aqui o desejo de boa viagem e um convite para te visitar e comemorar as mais recentes vitórias.
Acredito que temos de ter a coragem de decidir, de mudar aquilo que é preciso e que não está nos fazendo bem, não podemos delegar a responsabilidade das nossas decisões nas mãos de outros entes. Faça a escolha certa, tenha como base princípios simples, como por exemplo, respeito ao outro e honestidade de caráter, desta forma, até os mais consolidados postulados econômicos se renderão à você.
3 comentários:
Acho muito legal você falar no blog de pessoas que fazem parte do seu convívio e que passam por momentos comuns a todos nós. :)
O último parágrafo me lembra um texto do Fernando Pessoa - encerrando ciclos - em que ele diz que devemos saber quando uma etapa chegou ao final, quando algo já não se encaixa em nossa vida. E pelo que pude entender, seu amigo soube lidar muito bem com isso.
Gostei do post e principalmente dos 2 parágrafos finais!
Shayane
O que é isso Pael?
você deveria ser psicólogo!
Seus textos como sempre me fazem refletir como trato as pessoas e a mim mesma.
E esse último parágrafo é a prova viva de como você em sua ingenuidade única e sem perceber influência nas minhas escolhas e na minha vida.
Adriana Keyla.
Nossa,
Depois de uma conversa que tive com você , fiquei boqueaberta depois de ler esse seu post.
Como a Adriana falou você deveria também ser psicólogo.
Eu adorei o texto e estou aderindo para minha vida pessoal, acho que precisava desse empurrãozinho.
Renata Santos
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