Assisti tardiamente, mas o fiz...
Ainda relutante no início do filme, o assisti por insistência, estavamcertos: “você vai gostar”. Tão certos que na metade da película comecei a anotar minhas sensações, e é o que estou escrevendo aqui, e aproveito a oportunidade para fazer um convite a você, que está lendo este texto neste momento, você mesma, são pouquíssimas pessoas que lêem meus textos, quando sentir que deve, anote suas sensações e tente colocá-las no papel...
Meus amigos mais próximos sabem que não sou atraído em nada por filmes que não se enquadram em grandes sucessos americanos, gosto de me divertir, relaxar com grandes bilheterias, nada de filme Cult, ou alternativo. Por vezes, confundem filmes alternativo com mal feitos, mas novamente fui surpreendido. O Filme “O Menino do Pijama Listrado” está longe de ser uma grande produção, mas é extremamente bem feito, tem evidente começo, meio e um baita fim, retrata uma bucólica Alemanha nazista e o conflito entre dois mundos, o do nacionalismo e o da exclusão.
Como pequeno detalhe quase que imperceptível o apoio religioso ao Estado nazista foi lembrado, mas isso é quase que insignificante perto das sensações. Acabo de assistir o filme e inicia-se em mim uma leve dor de estomago, não estou arrependido, assisti uma obra de arte que me trouxe a emoção de sair de uma aguda crise renal, das mais fortes que já passei, uma dor importante e fantástica, que remonta um encontro com sentimentos desencontrados, porém de profunda relevância, saio desta crise avaliando alguns valores que apresentam contornos com maior relevo depois da dor.
A história fala de um menino normal em condições nada normais, vivenciando a sua infância avizinhado por um campo de concentração, lá, na ausência de alternativas e com uma sorte incomensurável, faz um amigo do outro lado da cerca, este menino normal de oito anos, é filho de um militar da alta patente, uma espécie de coordenador do centro de extermínio judeu. No desenrolar, este ótimo filme nos arrebenta com o choque entre dois mundos da época da Segunda Guerra Mundial, a soberana Alemanha e o confinamento monstruoso de Judeus.
Outro aspecto que me chamou a atenção no filme – e isso sempre acontece - foi o papel de duas mulheres, a avó do menino com pequenas aparições mas ressoante desaprovação daquela estrutura militar, e a degradação e decadência emocional da mãe quando começa a sentir o cheiro do verdadeiro trabalho de seu marido.
Também somos levados a participar da história quando sentimentos como medo, covardia, desonra e arrependimento são tratados de maneira sensível e azulada pelos olhos dos pequenos atores. Com isso encerro este breve comentário, mais leve, mais tranqüilo e menos ansioso, reiterando o chamado para você se emocionar também...
3 comentários:
La Lunna... disse...
Assisti esse filme ano passado e concordo contigo: ele é mto bom mesmo...
Sobre os filmes "cults", tenho certeza que se vc conhecesse muitos que entram nessa linha "cultivada" por amor total a "sétima arte" mudaria de ideia. Existem filmes singelos, lindos, bem feitos e que não são necessariamente são uma "mega produção". Estes, mesmo sem a máquina hollywoodiana "investindo", merecem nossa atenção e na maioria das vezes são capazes de nos trazer reflexões interessantes como esta que vc fez.
Se quiser, um dia te indico alguns...
Abç!
Alessandra Araújo
O filme é bom...
mas bom mesmo são as aulas de semiótica do Pael...rs.
abs e sucesso.
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