Por um Estado cada vez maior
Antes de qualquer coisa, quero advertir o leitor sobre as expectativas do já iniciado texto: não pense que encontrará aqui alguma formula matemática de saber o quanto você paga de imposto ao comprar seu carro novo, o seu cigarro, a sua cerveja, ou até mesmo o que já fica retido na fonte, pelo contrário, este texto é um manifesto em favor dos 36% do Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas produzidas no país) que é pago ao governo, por meio dessas modalidades de cobranças.
De tempos em tempos, as federações das indústrias, empresários e ricos brasileiros utilizam os meios de comunicação para convencer as camadas mais populares da população a se posicionarem contrárias ao pagamento de impostos, e pior, por vezes conseguem, já presenciei pessoas sem nenhuma movimentação bancária fazerem discursos inflamados contra a saudosa CPMF, Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, ou seja, cidadãos que apenas iriam se beneficiar com os R$ 400 bilhões a serviço de investimentos em saúde pública, além de fornecer um poderoso instrumento para investigações de sonegações fiscais.
Grande parte dos tributos brasileiros são retidos na fonte, logo os contribuintes nem sentem este pagamento, e este valor vai para investimentos públicos, escolas, hospitais, delegacias. O interessante é que quem a prega a diminuição de cobranças governamentais é justamente quem não precisa de escolas, hospitais públicos, e que paga segurança privada. Então a quem interessa diminuir a possibilidade do Estado de atender a grande maioria da população? Por que você defende diminuição de impostos que, ora você nem paga, ora nem sabe que paga? Acreditar que lutar para diminuir impostos beneficiaria uma maioria, é uma ideologia da minoria dominante, como são todas as ideologias.
Prego aqui algo polêmico, a criação de novos impostos, semelhante a CPMF, que mexa no bolso de realmente quem tem grana, como por exemplo, um que recolha sobre grandes fortunas, como já acontece nos Estados Unidos, e outro sobre heranças, outro bom exemplo americano, dinheiro a serviço do bem público. Mas apenas mais impostos não basta...
Ai que entra a verdadeira luta, existem instrumentos, e o Ministério Público é um deles, para que nós cumpramos nosso verdadeiro papel, cobrar a aplicação desses recursos, com menos burocracia e mais eficiência, com a participação popular, com resultado, isso sim é servir ao interesse público.
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