domingo, 13 de maio de 2012 | By: Rodrigo Pael

Construindo relações sustentáveis


Digo: relações fraternas, profissionais, amorosa, dentre outras...

A edificação de relações sustentáveis e perenes depende fundamentalmente de um alicerce óbvio: a verdade. É a verdade e a prática da sinceridade ética, pautadas pelo amor a si e aos outros que proporciona longevidade de relação com os quais pretendemos mantê-la. Até aqui, nada de novo, mas as grandes questões são: como garantir a empregabilidade da verdade e a sua qualidade?

A ciência, na ânsia de investigar a ordenação do cosmo organizado por Deus –  como bem descreve o Genesis, na escritura cristã –, nos empresta, dentre outras ferramentas para a tradução da verdade, a metodologia. A aplicabilidade de um conceito é garantida pela metodologia a ser empreendida. A verdade, quanto conceito, pode ser aprisionada enquanto metodologia, para ser empregada no objeto relações sustentáveis.

Para a aplicação desta metodologia tem de haver uma preparação ética, estética e ontológica. É fundamental que exista uma preparação espiritual para sair de casa, todas as manhãs. Esta preparação fará com que enxerguemos o nosso outro como iguais e as diferenças serão dissipadas gradativamente. A busca utópica da ausência de diferenças na relação de alteridade é diretamente proporcional ao crescimento de relações mais harmônicas.

Ao priorizar a harmonia, a sinceridade no olhar, a linguagem corporal e as palavras ganham contorno de sensibilidade. As reações passam a seguir a lógica do amor com um único objetivo: expressar o que verdadeiramente fará bem ao outro. Sem enganações, carinhos exacerbados, falsos elogios, puxassaquismos, apenas aquilo que o outro verdadeiramente precisa, pede e somos capazes de ofertar.

No cotidiano destas relações – sendo fraternas, profissionais e de algum modo afetivas –, por mais que, por fatores geográficos ou de agenda, não seja possível a prática de atividades correlatas aos sentimentos e ao tipo de relação, os laços que ligam dois entes estarão robustos o suficiente para manter o vínculo.

Nenhuma metodologia funcionará se incorrermos em deslizes éticos. O pior deles é o distanciamento entre aquilo que somos e aquilo que ensejamos aparentar. Como na ciência há espaço para adequarmos nossos trabalhos mediante a natureza do objeto, no amor, existe a possibilidade de amarmos, do jeito que somos, mas sempre buscando a verdadeira espontaneidade.