Digo: relações fraternas,
profissionais, amorosa, dentre outras...
A edificação de relações
sustentáveis e perenes depende fundamentalmente de um alicerce óbvio: a
verdade. É a verdade e a prática da sinceridade ética, pautadas pelo amor a si e
aos outros que proporciona longevidade de relação com os quais pretendemos
mantê-la. Até aqui, nada de novo, mas as grandes questões são: como garantir a empregabilidade
da verdade e a sua qualidade?
A ciência, na ânsia de
investigar a ordenação do cosmo organizado por Deus – como bem descreve o Genesis, na escritura
cristã –, nos empresta, dentre outras ferramentas para a tradução da verdade, a
metodologia. A aplicabilidade de um conceito é garantida pela metodologia a ser
empreendida. A verdade, quanto conceito, pode ser aprisionada enquanto
metodologia, para ser empregada no objeto relações sustentáveis.
Para a aplicação desta
metodologia tem de haver uma preparação ética, estética e ontológica. É
fundamental que exista uma preparação espiritual para sair de casa, todas as
manhãs. Esta preparação fará com que enxerguemos o nosso outro como iguais e as
diferenças serão dissipadas gradativamente. A busca utópica da ausência de
diferenças na relação de alteridade é diretamente proporcional ao crescimento
de relações mais harmônicas.
Ao priorizar a harmonia, a
sinceridade no olhar, a linguagem corporal e as palavras ganham contorno de
sensibilidade. As reações passam a seguir a lógica do amor com um único
objetivo: expressar o que verdadeiramente fará bem ao outro. Sem enganações,
carinhos exacerbados, falsos elogios, puxassaquismos, apenas aquilo que o outro
verdadeiramente precisa, pede e somos capazes de ofertar.
No cotidiano destas relações
– sendo fraternas, profissionais e de algum modo afetivas –, por mais que, por
fatores geográficos ou de agenda, não seja possível a prática de atividades
correlatas aos sentimentos e ao tipo de relação, os laços que ligam dois entes
estarão robustos o suficiente para manter o vínculo.
Nenhuma metodologia
funcionará se incorrermos em deslizes éticos. O pior deles é o distanciamento
entre aquilo que somos e aquilo que ensejamos aparentar. Como na ciência há
espaço para adequarmos nossos trabalhos mediante a natureza do objeto, no amor,
existe a possibilidade de amarmos, do jeito que somos, mas sempre buscando a
verdadeira espontaneidade.